Especial: Um ano sem o “timoneiro” Miguel Pereira
15 de maio de 2015 |
Há exatamente um ano, em 15 de maio de 2014, a Arquitetura brasileira perdia Miguel Alves Pereira, aos 82 anos de idade (clique aqui e veja matéria publicada na data). Na época, ele era conselheiro federal do CAU/BR por São Paulo.
Ao falecer, o arquiteto e urbanista tinha na cabeceira da cama o livro “Sobre a Brevidade da Vida”, de Sêneca. “É extremamente breve e agitada a vida dos que esquecem o passado, negligenciam o presente e receiam o futuro”, escreveu o filósofo romano. Esse, definitivamente, não era o perfil do arquiteto.
Nascido em Alegrete (RS), não se esqueceu da postura firme de suas raízes gaúchas, mesmo após ter vivido e estudado em Berkeley, Houston e Londres, adquirindo um espírito refinado, a elegância no vestir, o conhecimento sobre vinhos e o gosto pelo jazz. Democrata, tinha uma oratória apurada e, apesar de polemizador, era também conciliador.
Teve um presente intenso. “Montei-me em uma prática profissional com as duas faces da moeda, na prancheta e no discurso da arquitetura”, escreveu ele no livro “Arquitetando a Esperança”, lançado em 2013, onde confessa seu entusiasmo pela política profissional.
Miguel Pereira foi presidente do IAB/RS, três vezes presidente nacional do IAB e vice-presidente da UIA. Foi professor da FAU-USP, da UnB e da UFRS. A convite dos estudantes, coordenou a comissão paritária que reinstalou o Instituto Central de Artes da UnB após o trauma da invasão do campus pelo regime militar e, por oito anos, dirigiu a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Projetou bibliotecas, uma refinaria e residências, seguindo uma linha modernista clássica em concreto armado.
Fonte: CAU/BR